No texto de ontem vimos que o historiador grego Mâneton, que viveu em Alexandria na época da XXXI Dinastia, fez uma lista de todos os faraós do Egito, e o unificador dos dois Egitos teria sido um faraó chamado Menés (nome grego para Narmer). Com o grande incêndio e destruição da biblioteca de Alexandria não se sabe quais fontes usadas pelo historiador.
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Coroa Dupla: Pschent. Representando Unificação do Egito |
Narmer é o primeiro faraó que a arqueologia tem indícios para considerar ele como o grande Menés. A lendária paleta de Narmer, que mostra em uma de suas faces, o faraó com a coroa branca do Alto Egito, e na outra face, o faraó usa a coroa vermelha do Baixo Egito.
Os sucessores de Narmer mantiveram a prática de se casarem com as princesas do norte, e fizeram de tudo para manter a união como um acordo entre as partes e não como uma imposição, porém a destruição da monarquia do Baixo Egito e seu Deus, Hórus "servindo" a Set, fez eclodira diversa revoltas e a I Dinastia acabou se encerrando de forma trágica, com o assassinato do Faraó Qa'a.
A primeira e segunda Dinastias também são chamadas de período proto Dinástico. A II Dinastia começa com o faraó Hotepsekhmuy, esse nome significa "dois poderes estão pacificados", o que indicaria uma solução pra a crise que se estabeleceu no final da I Dinastia, mesmo assim aconteceram novas crises mais tarde, como a conspiração de Peribsen para derrubar o faraó Nineter (com sucesso), porém o governo de Peribsen foi um total fracasso.
O Faraó Khasekhem assume poder restaurando a crise que não volta mais acontecer, e agora se vê o Deus Hórus como o principal Deus da monarquia egípcia, provavelmente para apaziguar a fúria da população do baixo Egito, o que deu certo, pois a partir daí o Egito seguiu unificado por mais quatro dinastias.
O poder do faraó se tornava maior, dando um status de semi-deus a quem ocupasse o trono, e a ideia de proteção após a morte desse indivíduo vai se tornando mais forte, nasce daí as técnicas de mumificação com objetivo de evitar a putrefação do corpo. Lembrando que as pirâmides aparecem muito tempo depois do período proto dinástico. O endeusamento, ou melhor a deificação do faraó, se concretiza na III Dinastia, aliada à crença na vida após a morte (mumificação).
Assim está configurado o Egito.
Bibliografia
ABREU, Aurélio M.G.. “Civilizações que o Mundo Esqueceu”. São Paulo: Hemus.
CARDOSO, Ciro Flamarion. “O Egito Antigo”. São Paulo: Brasiliense, 1982.
GIORDANI, Mário Curtis. “História da Antiguidade Oriental”. Petrópolis: Vozes, 2001.
JOHNSON, Paul. “História Ilustrada do Egito Antigo”. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.
SOFRI, Gianni. “O Modo de Produção Asiático: História de uma Controvérsia Marxista”. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
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