Olá, tudo bom? Chegou a segunda parte do nosso tema da semana, a formação do Egito.
Vimos que há aproximadamente quatro mil e quinhentos anos antes de cristo, haviam grupos de homens situados às margens do Nilo e esses grupos formavam os Nomos.
A "Hipótese Causal Hidráulica" é uma teoria muito coerente para a explicação da origem da civilização egípcia.
Hoje falaremos sobre a etnia egípcia antiga, e o período pré dinástico.
O Egito está localizado ao nordeste do continente africano, o rio Nilo foi peça fundamental para que essa grande civilização se formasse no continente. Gosto muito de destacar que o Egito faz parte da África, pois a historiografia tentou apagar esse fato importante, tanto que se ensina Egito Antigo separado da história da África nas escolas (isso quando a história africana é ensinada).
Desde a unificação dos Nomos, passaram pelo Egito diversas raças e etnias: Núbios; Líbios; Judeus; Hititas; Fenícios; Acadianos; Assírios; Persas; Árabes; Gregos; Romanos, etc.
Falar sobre a etnia é complicado, visto que a história eurocêntrica sempre tentou deixar negros e outras etnias bem longe dos grandes acontecimentos históricos, a imagem do antigo Egito é muito artificial, tanto que poucos a associam com a imagem africana. Ainda incomoda muita gente falar sobre a negritude do antigo Egito, e de sua diversidade de raças e etnias.
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Livro de Cheikh Anta Diop |
Cheikh Anta Diop, historiador,, egiptólogo e antropólogo senegalês (1923-1986) chamou a atenção para estudos de esqueletos e crânios dos antigos egípcios, do período pré-dinástico (6000 A.C), que mostravam que, essas pessoas eram negroides, com características muito semelhantes às dos modernos núbios negros. O historiador também realizou teste de dosagem de melanina em múmias do museu do homem, em Paris, e pode constatar, pelos níveis de melanina, que se tratava de um povo negro.
Analisando pinturas, percebe-se variações de tons de pele do povo daquela época, até mesmo Cheikh foge da ideia de purismo, pois o Egito se forma da miscigenação e de um caldeirão de influências.
Tentei discorrer de uma forma simples um assunto muito complexo, como o da etnia do antigo Egito. Na série de hoje também será apresentado a política dos Nomos e sua evolução para o período pré-dinástico.
Como populações recém estabelecidas às margens do nilo de forma sedentária, precisava de uma nova forma de organização dessas sociedades, visto que aquela das tribos nômades não servia mais. A política provavelmente era baseada em lideranças familiares, e as mulheres tomavam a frente nessa organização, dizem isso com base nos cultos Neolíticos a uma grande entidade feminina.
Provavelmente essas lideranças eram responsáveis pelos recursos e sua distribuição para irrigação, culto e defesa da vila. Havia um conselho, chamado Saru, compostos por pessoas idosas que se ocupavam da esfera religiosa, sendo assim considerados grandes sacerdotes e governantes dos Nomos, os "Nomarcas".
Importante salientar que a religião sempre foi importante para o Egito, e no período formativo é mais relevante ainda. As técnicas de cultivos e a dominância das cheias do Nilo eram muito rudimentares, imagina-se que havia faltas constantes de alimentos e em um mundo povoados por muitos deuses e muitos inimigos, imagina-se um cenário de guerras constantes entre os Nomos.
Assim era o período pré-dinástico, muitas guerras e conflitos, fique ligado, pois amanhã falaremos mais sobre essas guerras e a formação dos dois Egitos (isso mesmo, dois). Curioso?
Tem mais amanhã.
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