segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

A MAGIA DOS AMULETOS EGÍPCIOS



Artefato (objeto) criado ou adquirido, possuía poder mágico e de proteção para quem o tinha ou usava. A palavra amuleto é de origem árabe e significa aquilo para conduzir ou carregar. NO antigo Egito, os amuletos designavam uma extensa classe de objetos e adornos feitos de materiais variados, com o objetivo de proteger ou servir um indivíduo. 

De acordo com Eleanor L. Harris, tais peças eram usadas tanto pelos vivos quanto pelos mortos como proteção contra inimigos visíveis e invisíveis. 

Energizados com palavras mágicas, conjurações, os amuletos irradiavam uma força sobrenatural que, segundo os egípcios de todas as classes, era considerada necessária à vida.

Vamos ver os principais amuletos utilizados pelos antigos egípcios!




Fênix: significava o poder de Auset - Ísis, acreditavam que trazia o poder da Mãe Divina. Tradicionalmente era feito de ouro, com o Shen, círculo do infinito e da proteção. Consideração o pássaro da renovação, também era associado ao ciclo solar.
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Ankh: um dos amuletos mais conhecidos nos dias de hoje. O símbolo da vida e um amuleto adotado por todos os deuses. O Ankh é também um sinal hieroglífico e confeccionado em ouro e aparece muito nas jóias antigas junto aos pilares Wedjat e Djed, os três símbolos combinados ofereciam muita proteção. 
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Tyet: cinturão de Auset (Ísis), feita de ouro ou algum metal dourado com materiais incrustados de preferência na cor vermelha, pois representava o sangue de Ísis. Este amuleto era usado como pingente e se origina de uma lenda da mitologia egípcia: quando Seth matou seu irmão Osíris (Ausar), ele não sabia que Auset carregava o legítimo herdeiro no ventre; Hórus (Heru). Com medo de que Seth descobrisse a gravidez e quisesse matá-la, Ísis fugiu para Chimmis no delta do Nilo e deu à luz a Hórus. Para proteger o recém nascido, ela retirou a sua cinta e amarrou em torno do corpo do recém nascido. Foi o nó feito nesta cinta mágica que deu a forma ao amuleto Tyet que se tornou um símbolo de proteção. Quando o recém morto possui este amuleto, ele pode atingir qualquer lugar no mundo das trevas (submundo). O Tyet é um poderoso amuleto de evocação, no processo de abandonar o corpo físico em qualquer magia.
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Heqet: sapo. É o símbolo da deusa do nascimento, Heqet. Heqet ajuda Osíris a retornar do mundo dos mortos após ser assassinado por Seth e desta forma, o sapo ficou conhecido como símbolo de ressurreição. Sua figura começou a ser muito usada em anéis. Magos começaram a usar sua figura em ferramentas de invocação, pois acreditam que imprimia grande poder de criação.
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Leão: amuleto muito popular de proteção. Na imagem acima temos a cama de Tuthankamon e a própria cama era um amuleto de invocação de proteção enquanto o faraó dormia. Para os egípcios, era necessário que houvesse um guardião durante a noite, de maneira que um novo dia pudesse surgir todas as manhãs, então era muito comum que eles fizesse as suas camas na forma dos dois leões protetores.
Os egípcios acreditavam que dois leões vigiavam o horizonte, um no leste e outro no oeste. O leão que ficava no leste guardava o nascer do sol, e o leão do oeste guardava o por-do-sol. 
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Flor de Lótus: para os egípcios, o lótus era sagrado, estava praticamente em tudo. Relevos, afrescos, colunas, perfumava o ambiente e era considerado o Suor de Rá, o deus Sol. Deusas e sacerdotisas eram representadas segurando ramos de flor de lótus em templos ou paredes das tumbas. Símbolo de regeneração era utilizado em feitiços e magias para encantamentos de amor e cerimônias espirituais.
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Menat: representava a força da reprodução original que deu início a vida humana. Este amuleto já era usado no Egito desde a VI Dinastia. Deuses, reis, sacerdotes e sacerdotisas usavam ou carregavam o Menat. Suas atribuições mágicas eram saúde, alegria e força. Tanto nas cerimônias religiosas ou de invocações, as sacerdotisas seguravam um Menat na mão para oferecer aos deuses. O anfitrião de uma casa também oferecia aos seus convidados como sinal de hospitalidade. A deusa Hathor é associada ao Menat e quando invocada pelos egícpios era para cuidar das pessoas doentes e deprimidas. Eleanor L. Harris, em seu livro Magia e Divinações do Antigo Egito, relata que os pingentes e artefatos na forma de Menat encontrados no Egito possuem inscrições dirigidas a Hathor. Em uma delas, se lê: "Adorado por Het-heru (Hathor), a senhora dos plátanos." Essa inscrição mágica servia para energizar o amuleto e fazer com que seu dono usasse o poder de Hathor para obter a qualidade sagrada atribuída ao plátano.
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Cetro de papiro: somente sacerdotes, sacerdotisas e membros da realeza podiam usar este amuleto, tanto nas cerimônias religiosas quanto nas de magia. Simbolizava também poder e autoridade.
No que se sabe até então, este amuleto era só utilizado nas cerimônias funerárias e mais adiante, lá pela XX Dinastia o amuleto tenha sido associado a Ísis, que herdou o poder de seu pai. Este amuleto era confeccionado em porcelana verde (como a imagem) ou azul claro. El cerimônias de magia, trazia o vigor e a renovação.
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Escaravelho: um dos amuletos egípcios mais conhecidos. Por seu um inseto que rolava com astúcia o esterco e era capaz de fazer um ninho para acomodar seus ovos, estes dois procedimentos eram considerados atos de criação pelos egípcios. Eles rolavam suas bolas do leste para oeste, enterravam-nas por um período de oito a vinte dias. Esse processo parecia imitar o movimento do sol cruzando o céu. O amuleto de escaravelho é uma imagem de Khepri, o deus da Criação, que representa o Sol renascendo na madrugada, representando assim a continuidade do processo de criação.
O besouro (inseto) era muito usado na magia. Os magos submergiam o escaravelho no leite de uma vaca negra e, em seguida, colocavam-no em um braseiro, desta forma, os deuses invocados na magia poderiam se manifestar mais rapidamente e responder às perguntas com exatidão. Para cortar um feitiço feito contra alguém, bastava o mago cortar a cabeça e as asas de um escaravelho grande, aferventá-las, colocá-las em uma infusão no óleo de serpente e fazer a pessoa beber a poção. O amuleto escaravelho funerário, eram chamados de escaravelho-coração, feitos de pedra dura que eram depositados no lugar do coração, no peito da múmia. Muitas vezes o escaravelho está incrustado numa moldura retangular, fixada sobre o peito do morto. Tais amuletos foram encontrados também no tórax de certos animais sagrados. O da imagem acima é o escaravelho-coração de Tuthankamon.
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Escorpião - Serqet: amuletos de escorpião representavam a deusa Serqet, que poderia se apresentar como a imagem acima; um escorpião com cabeça humana ou uma mulher com um escorpião na cabeça. Esta deusa e por consequência seu amuleto ajudava na hora do parto da realeza e dos deuses. Os amuletos de escorpião eram bastante utilizados nas magias de cura, eram colocados nos pescoços do enfermo, inclusive de pessoas picadas por um escorpião. Amuletos de escorpião repeliam o perigo de davam proteção.
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Serpentes: Eleanor L. Harris, menciona que figuras de vários tipos de serpentes eram usadas como ornamentos nos amuletos egípcios. Algumas serviam de proteção contra picadas de cobras, enquanto outras representavam os inimigos ou eram usadas como poderosos instrumentos de magia.


Papiro de Dama Heroub - XXI Dinastia

A serpente Ouroboros era retratada em círculo, engolindo a própria cauda. Ela simbolizava a totalidade e aparecia nos amuletos de proteção e em outros amuletos destinados a proporcionar união. No papiro ao lado vemos um jovem príncipe sendo envolvido pela Ouroboros.





As serpentes da realeza eram duas, ambas fêmeas. Uma delas se chamava Edjo, deusa do período pré-dinástico que simbolizava a soberania sobre o Baixo Egito e poderia ser representada como uma mulher. A quantidade de voltas que ela tinha no seu corpo significava um maior poder.






A outra deusa, se chamava Nekhbet, reinou no Alto Egito e era desenhada ora como abutre, ora como serpente com cabeça de abutre.





O amuleto de cobra se chamava Uraeus e era usado na testa, preso a faixas ou à coroa da realeza ou dos deuses.


Diadema de Tuthankamon

Detalhe do diadema - Uraeus

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Olho de Rá: O olho solar, olho do deus Sol e simboliza as deusas que derrotam os inimigos da ordem e da luz. Uma particularidade aqui, pois o poder do Olho de Rá é a personificado por muitos deuses. Outro fato importante; muitos confundem o Olho de Rá com o Olho de Hórus, o olho de Rá é o olho direito e é o SOLAR, de Hórus é o esquerdo e é o olho LUNAR. O Olho de Rá é um dos grandes amuletos do antigo Egito e na mitologia egípcia, os dois são considerados idênticos em significado e poder. Frequentemente os dois aparecem juntos formando um amuleto capaz de irradiar força curativa de Hórus (Heru) e a força protetora de uma deusa que pode ser Sekhmet.

Olho de Rá e Hórus
Ainda falando em mitologia, esse amuleto teve origem na História da Criação: No princípio da existência, só havia a escuridão. O Deus Rá-Atum tinha dois filhos - o deus ar, Shu e a deusa da umidade Tefnut, que se aventuraram para explorar a escuridão. Temendo que seus filhos tivessem desaparecido, Rá-Atum removeu seu olho divino e lançou-o na escuridão para encontrar seus filhos. Seu olho virou o Sol e ficou conhecido como o Olho Solar.
Na utilização de encantamentos e magias, este olho era desenhado na frente de papiros mágicos com o objetivo de proteger as palavras mágicas e conferir poder. Era usado em feitiços de amor, com o intuito de separar casais.
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Olho de Hórus (Wedjat): amuleto bastante comum no antigo Egito e usado como pingente nos dias atuais. Era chamado de Wedjat e tinha a finalidade de proporcionar o vigor, saúde e sorte ao seu dono. Acima de tudo, era um poderoso símbolo de proteção








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